Foram inúmeras às vezes em que eu disse ter cansado e desistido. Acontece, que eu me sinto como se estivesse num imenso labirinto sem encontrar a saída e os caminhos que eu sigo são totalmente diferentes a cada passo que eu dou, fazendo-me assim, perder-me cada vez mais e andar pelos mesmos lugares diversas vezes.
Hoje, o trecho que eu percorro no meu labirinto confuso é onde eu sinto um ódio gigante percorrer por minhas veias. Ódio, por ter perdido dias da minha vida pensando em você, ou melhor, sonhando acordada. Não consigo imaginar de onde eu tirei forças de paciência para te esperar todo esse tempo. Eu que sou tão impaciente até para atravessar a rua, não posso entender o que ocorreu comigo.
Tomara que logo meu rumo mude a direção, pois é terrível sentir ódio de mim mesma. Ódio que por vezes me fez fraquejar e jogar tudo pro alto, mas bastaram poucos segundos passarem para que eu me recuperasse e voltasse a te sentir da mesma forma paciente.
Não sei até quanto minha paciência ainda irá existir, mas sinceramente eu espero que seja por pouco tempo. Eu não estou aguentando mais! Eu quero escrever toda a minha vida no papel, e tudo o que eu escrevi até hoje foi a sua vida em mim. Mas, será que terei capacidade de escrever a vida de uma garota totalmente sem graça e educadamente previsível? Francamente. Obvio que não. Não sei porque ainda insisto em escrever esse tipo de pergunta. É muito mais fácil escrever o redemoinho que sua chegada fez em mim. E ainda faz, cada dia mais, a sensação estranha que me provoca ao ouvir uma música que lembre você, a cada foto que meus olhos admiram ou em todas as vezes que minha audição ouviu soar seu nome. Meu zelo por ti esta chegando ao fim, e apesar de eu já ter pensado isso outras vezes, nunca desejei tanto para que fosse verdadeiro esse meu pedido. Eu quero por uma vez poder dizer que o desgasto dos meus sofrimentos fez terminar todo meu amor por ti, gritar para o mundo que riu por minhas costas o quanto fui forte em te esquecer e superar as vezes que me fez perder o sono fazendo que meu rosto engula as olheiras esverdeadas de noites sem dormir.
Quanto minha vidinha previsível, eu não vou precisar escrevê-la se for feliz. Não vou preocupar-me com isso quando você não estiver mais presente em mim.