segunda-feira, outubro 26, 2009

Sueños

Quando eu era criança, sonhava em crescer logo, ter um namorado, sair de casa à noite, me divertir horrores com minhas amigas, beber, ter notas altas na escola para ser considerada a melhor da turma, ter um bom relacionamento com meus pais e dar todas as minhas bonecas para alguma instituição de caridade. Hoje eu vejo que toda essa minha vontade de crescer, só me decepcionou. Não tenho namorado, saio pouco de casa, não me divirto, só faço merda quando bebo, tenho notas baixas devido ao meu pecado preguiçoso, não sou considerada nada pela minha turma, meu relacionamento com meus pais não passa de um bom dia no café da manhã e minhas bonecas estão todas guardadas em caixas de papelão. Isso me faz pensar como será a futura realização dos meus planos contemporâneos. Penso em fazer vestibular para alguma coisa que tenha haver com comunicação, morar longe dos meus pais, ter minha própria independência, pagar minhas contas e arcar com minhas próprias responsabilidades. Mas aí eu lembro que nem as pequenas coisas que eu sonhava que acontecessem na minha adolescência não deram certo, e o pessimismo vem à tona, destruindo meus sonhos mais uma vez. Talvez seja cedo para dizer que nada do que eu sonhei aconteceu, mas já deveria ter acontecido pelo menos algo que fizesse com que eu me sentisse um ser humano normal. 






"Me dê motivos prá sonhar ou deixe-me só pra pensar, como seria bom se fossemos livres de verdade" 
Mantenha a dúvida - Charlie Brown Jr.

quarta-feira, outubro 21, 2009

Color


Cores: claras, escuras, tristes, alegres, opacas, nulas, luminosas, transparentes (?) cintilantes, aveludadas, cremosas, lúcidas, naturais, anormais, estruturais, brilhosas, dolorosas, animadas, envelhecidas, nítidas, estimulantes, intensas, vibrantes, sólidas... Já parou pra pensar de quão elas são importantes na nossa vida? Imagine abrir a janela e tudo estar preto e branco? Ok, ok, não sou a melhor pessoa a falar de coisas lindas, mas eu não sou tão “má” assim ein. 
Hoje eu acordei de bem com a vida, aí a resposta pra minha falta de inspiração e criatividade. Acordei com uma nova iniciativa, mais uma vez pensando em um recomeço. Sei que vai ser difícil, mas eu vou tentar até conseguir. 
As cores são nossas reestruturas, valoriza-as, admire-as e sinta-se bem, assim terás a mesma beleza das cores. Para cada cor, um sentimento. Para cada sentimento, uma cor.
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A Nicole, do blog, Flores, amores e blábláblá me presenteou com selinhos *-* Visitem o blog dela, é muito fofo: http://uunsaid-things.blogspot.com Obrigada Nicole, bom saber que você admira meu blog.


As regras são:
- Escrever uma lista com 8 características suas:
Sincera, bipolar, dramática, romântica, teimosa, chata, comodista e estressada. 


- Indicar 8 blogs:
http://folhasdemeuoutono.blogspot.com/ Folhas de meu outono
http://collectorsofemotions.blogspot.com/ Collectors of emotions
http://away-b.blogspot.com/ Precious Away
http://expectativasfrustradas.blogspot.com/ Expectativas frustradas
http://prosacomcafe.blogspot.com/ Prosa com café
http://suit-drims.blogspot.com/ Sweet Dreams
http://listrascoloridas.blogspot.com/ Listras Coloridas
http://tenteimataroamor.blogspot.com/ Meu inferno pessoal 


- Comentar no blog de quem te presenteou.

sexta-feira, outubro 16, 2009

Se que no es fácil decir te amo

Antes que pase más tiempo contigo amor, tengo que decir que eres el amor de mi vida, antes que te ame más, escucha por favor [...] Y no hay cómo explicar pero menos si tú no estás, simplemente así lo sentí, cuando te vi. Todo cambio - Camila


Ontem eu chorei. Sem nenhuma nova razão, porém chorei. Há tempos isso não acontecia, me achei forte o suficiente para ser capaz de sufocar minhas lágrimas. Esperei que a angustia, minha melhor aliada nos últimos tempos me consolasse mais uma vez. Na verdade, o que me consolaria seria deitar a cabeça no travesseiro e pela primeira vez acreditar que alguém me ama. Acreditar ainda seria o passo mais fácil se fosse amada.
Chorei com o peito estufando e voltando ao normal, não foi só uma lágrima descendo pela face, não era só uma emoção, muito menos uma tristeza involuntária, era a falta de um abraço.

Pensei em tudo o que me ocorreu nos últimos nove meses. Não encontrei nenhuma notícia boa em meus pensamentos, não vi meus amigos, esqueci da minha família, ignorei os inimigos, mas ele estava lá, em todas as imagens registradas no meu cérebro até hoje. Só via o rosto dele. Lembrei da última vez que o abracei, eu derramei uma lágrima em suas costas sem que percebesse e sussurrei que aquela era a última vez que nos abraçaríamos. Infelizmente acertei. Nunca mais o abracei. Me perdi naquele abraço, só enxergava uma espécie de escuridão sob meus olhos, meu mundo virara  preto e branco quando me soltei de seus braços.
Ainda sinto meu rosto corar e minhas pernas bambearem quando o vejo, assim como me senti nos primeiros dias em que me apaixonei, a única diferença é que no começo eu acreditei que mudaria por mim. Tolice!
Dói saber que a culpada disso tudo sou eu. Não demonstrei o quanto te amei e mesmo sabendo que não acredita em textos ou frases, insisti em minhas palavras tentando te surpreender e assim ver o quão és importante pra mim. Inútil! Todas as vezes que passei horas digitando querendo lhe provar de que meus sentimentos eram verdadeiros foram inúteis e eu deveria ter previsto isso. Deveria ter previsto também que aos teus olhos eu não passaria de mais uma garotinha apaixonada por seus encantos.
Por que eu esperei sua mudança sabendo que isso jamais aconteceria? Por que você ficava nervoso, roia unhas e seu coração acelerava quando estávamos perto? Por que sua voz era tão baixa ao falar comigo? Ou será mais uma de minhas ilusões? Por que não me amou ao menos uma parte do que eu te amo? Eu preciso de sua presença, necessito de sua atenção, sou amarga sem ti, me sinto vazia sem te ver.
Ao invés de meus sentimentos se reduzirem com o tempo, eles só aumentam. Foi virtual a maior parte do tempo, e ao contrário da maioria das desilusões amorosas que eu conheço que surgiram de um romance interrompido por uma traição ou um fim de namoro mal esclarecido, eu nem sequer te beijei. É como no jardim de infância, sorrisos e “namoradinhos” sem um único beijo. Sinto-me infantil com isso, por isso não entendo o porquê de tanto te amar se meus lábios nem se encostaram aos teus. Não há como explicar, apenas me sinto assim, e não é por querer, é pela falta que o teu abraço me faz e pelo arrependimento de quando disse que não te abraçaria mais. O universo escutou, e assim está sendo feito.






"Ao contrário de mim, ele não me olha todo o tempo.
                       Ao contrário dele, eu não sou imprevisível."

segunda-feira, outubro 12, 2009

Inutilidade




Dormi com a porta do meu quarto aberta. Vi a cortina da sala se movendo com o vento da mesma forma que eu me sentia: fraca. Todo aquele cansaço estava calmo. Eu não conseguia mais odiar nada nem ninguém, e por isso me sentia inútil. Eu havia me adaptado com aquela tristeza amarga que me tranqüilizava ao mesmo tempo em que me fortalecia. Sofri tanto para me acostumar a sofrer que não era justo a tristeza me abandonar depois de mergulhar na sensação purificante que me causou e agora me devolver todas as perguntas que um dia lhe enviei. De onde eu tiraria respostas? Como seria agora se eu não era feliz nem sofria mais? Ou eu encontrara a felicidade sem perceber? Não. A angustia é mesmo que não sentir nada? Corrigindo, a angustia é o mesmo que não sentir nada, sem interrogação. A angustia não é triste, ela apenas é neutra, sem perfume e sem sabor. É ver a sua frente as maravilhas do mundo e não sorrir, mas também ver as porcarias que nos cercam sem chorar. A angustia não escolhe bem ou mal, é meio termo, é morna e é isso que me identifica com ela. Ser alguém que não sorri nem chora, no popular, não fede e não cheira.